quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Você é o que você come - 5° capítulo

Ponto de vista do Jason:
Segui o caminho de casa. Quando eu entrei, vi que estava sozinho. Sem surpresas, minha pobre desculpa de um pai estava provavelmente bebendo depois do trabalho de novo. Que se foda. Prefiro ficar sozinho em casa. Fiz o dever, jantei sozinho. Estava vendo tv quando recebi uma ligação dos correios.



"Oi, aqui é o David dos correios. Posso falar com o sr. Jason McCann?" O cara do outro lado da linha perguntou. 

"Eu mesmo." Respondi. 

"O correio do bairro está com a sua encomenda, já que ninguém estava em casa para assinar por ela quando foi entregue. Você pode pegar quando quiser, das 9h às 23h." ele me informou. 

Olhei pro relógio, ainda era 20h. Os correiros ficavam a 5 minutos da minha casa. Posso fazer isso. Provavelmente é a nova arma que eu comprei. Entrei no carro e o liguei. Dirigi até o correio pra pegar a minha nova arma. Eles estavam mesmo pretendendo me entregar essa semana, junto com as granadas. Espero que elas estejam no pacote também. Quando eu estava entrando, vi Vanessa sair de uma loja de conveniência próxima da estação de correios, com uma sacola na mão. Ela estava usando uma calça de moletom com um hoodie zipado.  Ignorei ela e entrei no estabelecimento em que ficava o correio.  

A vizinhança estava quieta a essa hora da noite, todas as luzes das ruas estavam ligadas. O céu estava preto. Já é quase inverno, então a quantidade de tempo de luz solar que temos ficou mais curta. Quando deu 18h o sol já tinha se posto. Decidi pegar o caminho mais longo pra casa já que eu não estava com pressa e não tinha nada pra fazer. Então eu ouvi um grito que ecoou da esquina de onde eu estava. Cheguei um pouco mais perto pra ver o que estava acontecendo. Virei a esquina e vi Vanessa cercada por dois garotos. Eles eram bem maiores que ela, mas menores que eu. Normalmente eu não ligaria, é assim que o mundo funciona. Garotas serão estupradas se sairem sozinhas à noite numa merda de bairro como esse, por isso é que devem ficar em casa. Mas de algum jeito eu senti a urgência de bater nesses desgraçados que estavam tentando abusar dela. Sai do carro e andei até eles, meus passos eram calmos. Um estava a segurando enquanto o outro estava abaixando o zíper da calça dela. Vanessa tinha os olhos fechados, se debatia e gritava. Isso era inútil contra os garotos que estavam a segurando, perto de estuprá-la. 
Meus pés começaram a se mover mais rápido do que eu pretendia. Por enquanto, os dois ainda não tinham me visto. Apareci de baixo do poste de luz e ouvi o cara que estava de frente pra ela dizer rapidamente pro parceiro:

"Merda cara! Nós temos que ir!"

O cara que estava segurando Vanessa olhou pra mim, depois virou de volta e perguntou rindo por quê. 

"Deixa essa pra lá! Jason McCann tá se aproximando. Melhor corrermos enquanto podemos." 

Bom saber que a minha reputação estava cuidando de tudo por enquanto. Por enquanto. 

"Tá de brincadeira comigo? Ele deve se juntar a nós. Essa garota é muito gostosa." Ele disse enquanto apalpava os seios dela. 

Ela deu um grito e tentou se soltar. 

"Cara, não. Ele parece furioso. Você que se foda sozinho, eu estou indo." Ele soltou Vanessa e correu. 

O outro cara segurou-a antes que ela pudesse fugir e gritou "mariquinha" pro parceiro dele e virou, pra me encarar. 

"Oi, Jason. Meu nome é Cole. Olha essa que eu acabei de conseguir." 

Como ele ousa falar assim? 

"Deixe ela ir." Eu disse cerrando os pulsos. 

Vanessa reconheceu minha voz e parou de se debater e gritar. 

"Por que? Certo, você pode tê-la primeiro. Contanto que eu pegue ela depois que você acabar, tudo bem." Eu sei que ele já tinha ouvido falar de mim e estava tentando me agradar. 

"Eu já disse. Deixe ela ir." Uma das coisas que eu mais odeio é repetir. 

"Não. Dai você pega ela pra você? Vá se fuder. Eu achei ela." Ele argumentou de volta. 

Eu não preciso aturar isso, ele é apenas mais um vagabundo que pensa que só porque é novo por aqui é o todo poderoso. Eu nunca estuprei uma menina antes, é repugnante. Eu não preciso estuprar, eu posso ter quem eu quiser sem obrigar ninguém a fazer nada. Dei-lhe um soco no olho. 

"OW! QUE PORRA É ESSA?" ele gritou. Soltou Vanessa e tentou revidar o soco. 

Soquei-o de novo, dessa vez no estômago. Meu rosto não expressava nenhuma emoção. Ele tentou me acertar de novo, mas falhou. Desviei e o derrubei no chão. Ouvi Vanessa chorando enquanto batia nele. 

"Desapareça. Se eu te ver de novo, eu te mato." ameacei. 

O cara se levantou rápido e fugiu. Ele olhou pra trás algumas vezes pra ver se eu estava o seguindo e depois desapareceu na escuridão da noite. Andei até aonde Vanessa estava e a vi chorando. Agachei-me para que meu rosto ficasse no nível dos olhos dela e coloquei a mão em seu ombro. Senti ela saltar quando a toquei. Será que ela estava com medo de mim agora? 

"Hey... Você tá bem?" Perguntei com uma voz calma. 

Ela lançou-se para mim e chorou no peito enquanto me abraçava apertado. Logo, ela começou a soluçar. Envolvi meus braços em volta dela para ajudá-la a se acalmar. 

"Certo, já chega. Acalme-se, está tudo bem agora." Mentira. Ela não vai estar a salvo enquanto estiver comigo. 

"JASON! Muito obrigada!" ela gritou com lágrimas nos olhos e se inclinou pra me dar um beijo na buchecha, depois no canto da minha boca e finalmente os meus lábios. De alguma forma, eu não hesitei em beijá-la de volta imediatamente. O beijo era leve. Voltei pra beijá-la novamente mas ela se afastou.

"Vamos, está frio aqui fora. Meu carro está estacionado na esquina." Levantei e estendi minha mão para ajudá-la a levantar. Eu tinha minha mão em sua cintura para apoiá-la. Peguei sua bolsa do chão e a carreguei no colo até o meu carro. Abri a porta do passageiro e a coloquei com cuidado. Entrei no carro e dirigi até a minha casa. Meu pai não deveria ter chegado ainda. 

"Está tudo bem se formos pra minha casa agora? É mais perto." eu disse tentando não assutá-la. 

Esperei um tempo pela resposta. Nenhuma. Virei-me rapidamente pra ela e vi sua por sua expressão facial que estava assustada. 

"Olha, eu nunca vou fazer isso que eles fizeram com você. Eu só estava brincando quando eu te disse aquilo hoje mais cedo." eu disse tentando tirar da cabeça dela o pensamento de eu ser um estuprador ou alguma coisa parecida. 

"Se você não vai... Claro." ela sorriu.

Eu vou ter que ensinar a ela a não confiar numa pessoa tão facilmente. O mundo lá fora é um lugar violento. E ela acabou de vivenciar parte disso essa noite. Estacionei meu carro atrás da minha casa e a ajudei a entrar. Como o esperado, não tinha ninguém em casa. Liguei as luzes e a coloquei sentada no sofá, na sala. Fui na cozinha pegar uma colher. 

"Pra quê a colher?" Ela perguntou enquanto olhava pra mim. 



"Seu sorvete?!" Apontei com a colher a sacola que ela segurava. 

"Ahhhh" Vanessa pegou a colher e encheu-a de sorvete. 

"Então, já se acalmou?" Perguntei sentando do lado dela. 

"Muito melhor. Obrigada... De novo." Ela deu um sorriso genuíno. 

"O que você estava fazendo lá fora? Não me diga que foi só pra comprar esse sorvete?!" 

"Hm, sim." 

"Bom, me parece que você nunca mais vai fazer isso de novo, vai?" perguntei. 

"Não a menos que você me salve de novo." Ela tá falando sério? 


"Eu não vou poder te salvar da próxima vez." Minha voz diminuiu ao longo da frase. Peguei uma mecha de cabelo e coloquei atrás da orelha dela.

"Por quê?" ela perguntou.

"Por que eu deveria?" Respondi com uma pergunta.

"Por que você não iria?" Ela estava pressionando. 

"Porque pode ser mais um problema pra mim." Eu disse olhando adiante. 

"Você sabe que não." ela sorriu

"Tanto faz. Termine esse sorvete e eu vou te levar pra casa." 

Ela logo acabou. 

"Jason, posso ficar mais um pouco?" Ela perguntou.

"Não. Onde você mora?" Disse pegando a chave do carro. 

"Eu não sei..." Ela deu um olhar inocente. 

"Você não bateu com a cabeça. Agora, aonde você mora?" Perguntei de novo.

Eu REALMENTE odeio repetir coisas. Eu já fiz isso duas vezes hoje por causa dessa garota. 

"Vamos, só até 9:30h, por favor?" 

"Certo. Mas você vai 9:30h, entendeu?" 

Só mais 15 minutos. Posso sobreviver a isso. Ela tinha aquele grande sorriso no rosto quando eu aceitei. Não pude fazer nada a não ser sorrir por ela estar sorrindo depois de ter sofrido provavelmente um dos mais traumatizantes eventos que uma garota pode sofrer na vida. Acabamos falando um pouco sobre cada um de nós. Contei algumas coisas que eu pensava que nunca contaria pra uma mera desconhecida que eu tombei na rua essa manhã e que também salvei. 

8 comentários:

  1. faz tempo que eu não lia uma ib tão boa qnt essa, ta perfeita amor, continua :3

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  2. NUEVA LEITORA!!!!
    Continua

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  3. melhor ibbbb, não posso esperar pelos novos capítulos.
    ~NOVA LEITORA~

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  4. serio, nunnca vi uma ib sobre o o, é a primeiira, e ta mt boa. CONTINUAA!!

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  5. depois me manda a receita da sua criatividade por email "/ paoskpoaskoaks' Perfeito amor, sério mesmo *ooo*

    @JBInSalvadorBr

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  6. aii eu amei é perfeita posta logo amor *--*

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